terça-feira, 30 de agosto de 2011

em viagem, na pele de setembro




em setembro, observa sem temor o deslizar das primeiras nuvens, a silhueta das cidades vivas na respiração da pedra, a brisa onde amanheceste tocado pela graça do mar como se um veleiro te levasse marinheiro nas asas de um azul intenso. não temas as águas agitadas, nem a variável inclinação do poente, tão pouco a palavra suspensa sob o vazio súbito do silêncio. olha as mãos onde guardas os segredos do vento: elas dir-te-ão sobre os labirintos da memória e as declinações do tempo. navegante de tantos sortilégios, em breve sentirás na pele o fulgor das águas correndo na direcção da nascente. saberás, então, o sentido de setembro.



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