a tua língua lenta nos lábios húmidos da minha fenda voa súbito até à
agonia da minha boca e vagarosa como a saliva encontra os meus seios
impacientes do despudor das tuas mãos, duros de serem presa dos teus
dentes, ó sentir-me assim prestes abusada no veludo da pele, ceder
ao toque dos teus dedos, sucumbir à tormenta dos teus flancos, ouve,
quero soltar-me no grito obsceno da garganta, quero ser festim do teu
corpo a prumo na gruta que doendo rompe a penumbra do meu ser,
ó, sim, dá-me a claridade dos sentidos como se a luz incandescente
de um cometa rasgasse a brancura dos lençóis e me fizesse fêmea
contigo no galope da cama, exultante do estertor do teu relâmpago,
inteira de saber-me na alma fulgor do teu banquete .
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